Bossa Nova and Afro Brazilian Music
Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
Vai, minha tristeza
E diz a ele que sem ele não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ele regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade é que sem ele não há paz
Não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ele voltar, se ele voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Pra acabar com esse negócio de jamais viver sem mim
Mas se ele voltar, se ele voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de querer viver sem mim
Vamos deixar desse negócio de viver longe de mim
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"Chega de Saudade" é uma canção escrita por Vinicius de Moraes (letra) e por Antonio Carlos Jobim (música), no final dos anos 50 e gravada por diversos artistas, como João Gilberto, Elizeth Cardoso, Angra e Os Cariocas. Esta canção tornou-se um dos símbolos da bossa nova, sendo que a sua gravação por João Gilberto em 10 de julho de 1958, pela gravadora EMI-Odeon, é considerada o marco inicial deste gênero musical. Foi eleita a sexta melhor canção brasileira de todos os tempos pela Rolling Stone Brasil.[3]
História
Composta em 1956, foi gravada pela primeira vez em abril de 1958, na voz de Elizeth Cardoso, com arranjos de Jobim e acompanhada também pelo violão de João Gilberto, para o disco Canção do Amor Demais, que seria lançado em maio daquele ano pelo selo Festa. Embora esta gravação seja a primeira vez que se ouviria a famosa batida de João no violão - que caracterizaria a bossa nova -, o violonista acabaria não sendo creditado no lançamento original.[4][5]
Alguns meses depois, a canção recebeu novas versões: primeiro pelo conjunto Os Cariocas, no álbum O Melhor de... Os Cariocas lançado pela gravadora Columbia, e, finalmente, por João Gilberto, num single lançado pela EMI-Odeon em agosto daquele ano e que tinha, no lado B, a música Bim Bom, de autoria do cantor. A versão de João tornar-se-ia muito famosa devido ao seu modo de cantar e pela sua batida no violão, sendo que a sua gravação em 10 de julho de 1958 ficaria reconhecida como o marco inicial da bossa nova.