Sergio Moreira
Brazil, Belo Horizonte
Songs
About Sergio Moreira
Sergio Moreira CAFUZO, “Misturaram pretos e índios, dalí nasceu minha avó, eu vivia meio confuso sem saber o porque do arrepio ao bater do tambor, mas agora eu sou cafuzo, a morena tingiu minha cor, eu não vivo mais tão confuso, compreendo o porque do arrepio ao bater do agogô”
Este é um trecho da canção “Cafuzo” de Sergio Moreira, composta em 1982.
O índio habita a criação de Sérgio Moreira desde o início da sua carreira, é um discurso permanente em suas apresentações. “Ser índio não é questão de sangue, é estado de espírito”
Nascido em Teófilo Otoni, moldado em Nanuque e amadurecido em Belo Horizonte, Sérgio Moreira começou sua carreira aos 15 anos na Rádio Difusora de Nanuque. Ali, a música se fez presente através de artistas também em início de carreira como Xangai, Zé Edison, Kamil, e o jovem Sérgio absorvendo todas aquelas informações.
Em 1972 mudou se para Belo Horizonte e foi estudar no Colégio Estadual Central, referência cultural da época, onde conheceu Flávio Venturini, Sirlan, Fernando Brant, Lô Borges, Beto Guedes , Melão , Leri Faria, Celso Moreira e muitos outros músicos da “geração 70”. Logo fundou sua primeira banda “A nuvem de Gafanhotos” e depois foi convidado a participar do “Grupo Ingazeira”, até iniciar sua carreira solo em 1980. A partir daí Sérgio Moreira começa a gravar seus primeiros discos, dirige espetáculos, apresenta-se em festivais e feiras de cultura, participa ativamente da vida cultural da cidade.
Sérgio Moreira por Sérgio Moreira
“Faço música pautado na capacidade de mudar, de incluir, de abraçar. Os temas surgem do cotidiano, das minhas vivências comigo mesmo e com o próximo. Faço da música um escape e a música faz de mim seu veículo. Preciso conversar com o íntimo e o externo, fazer essa ponte de duas vias. Todas as letras têm um traço próprio. A poesia ensina e meu estilo conta estórias como num roteiro de curta metragem ou videoclip. Sou visionário com os pés no chão, me encanto com as estrelas, mas sou difícil de ser seduzido. A música tem sua própria força, quem faz a música é ela própria, o músico é só o pedreiro”.
O primeiro LP - “Sérgio Moreira” - gravado em 1985, já dava notícia de um ecletismo sem preconceitos, provavelmente herança de seu trabalho em rádio AM do interior, onde Odair José, Jerry Adriani, Tom Jobim, João Gilberto e Chopin conviviam em santa harmonia , cada um em seu contexto e importância.
O segundo CD - “Transparente” - é fruto da tentativa de organizar esse ecletismo. Todas as canções falam de coisas bem de dentro, de como o artista se posiciona diante do lúdico, do pensamento subjetivo. Em uma das faixas, a letra diz “Quando a luz do raio / apaga a luz da rua / e vem aquela estranha sensação / cidade nua / os faróis iluminam teu rosto / e teu corpo ganha um novo tom”.
O terceiro CD - “Negro” - aporta em sua vida a partir de histórias contadas pela mãe. “Negra é a pele que me veste / é o calor que me reverte a um lugar onde vivi / eu sou filho do teu leite / e espero que me aceite / na cor em que me acolhi” . Todas as canções têm raiz afro, incluindo “Brejo da Cruz” de Chico Buarque, “Cravo e Canela” de Milton e Ronaldo Bastos, “Lero Lero” de Edu Lobo e Cacaso.
Sérgio tem a sensação de seguir seu percurso tentando explicar o inexplicável - “afinal a arte nunca se explica, é por isso que se chama Arte”.
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O show de Sergio Moreira, conta histórias e nos põe diante da realidade, vai além de alguém no palco cantando canções, é interativo, um compositor e interprete que traz em sua arte o compromisso com suas raízes e o novo, afinal , tudo muda o tempo todo , mas nosso chão permanece, nossa história permanece e o artista é um elo que pode trazer consciência, plantar no coração das pessoas o poder da criatividade.
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